Cursos a distância não são mais fáceis que os presenciais e proporcionam as mesmas oportunidades que eles no mercado de trabalho. Saiba mais
Com o avanço da tecnologia e o maior alcance da internet, os cursos de ensino a distância (EaD) se popularizaram muito no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), 2.219 cursos EaD reuniam 882.843 alunos matriculados em 2013, enquanto em 2000 esse número era de 1.758 alunos para apenas 13 cursos.
Apesar disso, muitos ainda não conhecem bem o funcionamento do ensino a distância. Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre essa modalidade de ensino, reunimos as principais informações sobre cursos EaD e consultamos o professor Janes Fidélis Tomelin, diretor acadêmico de ensino a distância da Universidade Anhembi Morumbi.
EaD é a mesma coisa que semipresencial?
Todos os cursos semipresenciais são considerados EaD. De acordo com a Abed, se encaixam na modalidade de ensino a distância todos os cursos em que mais de 70% do conteúdo é desenvolvido através de atividades que não exigem que aluno e professor estejam no mesmo espaço, na mesma hora.
A certificação a distância tem o mesmo peso que o diploma de um curso presencial?
Sim. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê desde 1996 que os diplomas de cursos realizados a distância (tanto de educação básica quanto de ensino superior) tenham o mesmo valor que os diplomas de cursos presenciais. “Não há diferenciação e não há declaração de modalidade no diploma”, ressalta Tomelin.
Os cursos a distância são mais fáceis do que os presenciais?
Não. Um curso EaD pode não exigir que o aluno esteja presente fisicamente, mas exigirá muito mais dedicação e disciplina para que ele cumpra todas as atividades sem a presença constante de um professor ditando o ritmo da aprendizagem.
Como é estabelecida a carga horária dos cursos a distância?
A carga horária de cada disciplina é estabelecida no Projeto Pedagógico de Curso (PPC), documento que especifica a estrutura básica do curso. “Nesse projeto são estruturadas horas previstas para a realização de cada atividade. Da mesma forma, os critérios de controle de frequência são estabelecidos no PPC”, esclarece Tomelin.
Como saber quais são as instituições mais conceituadas?
O Ministério da Educação (MEC) disponibiliza anualmente o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Conceito Enade, indicadores que mostram as notas obtidas pelas instituições nas avaliações realizadas pelo MEC. Eles dão uma boa ideia sobre a regularidade da instituição. Além disso, Tomelin dá a dica: “conversar com um estudante que já faz um curso a distância pode dar boas pistas da qualidade educativa da instituição”.
Para quais cursos EaD o mercado de trabalho oferece mais vagas?
Egressos de todos os cursos a distância podem encontrar vagas no mercado de trabalho, mas segundo Tomelin há um destaque para os cursos de licenciatura devido à falta de professores disponíveis no Brasil. Os cursos da área de negócios também permitem uma boa entrada no mercado.
As empresas têm receios ou restrições em contratar alguém que tenha feito um curso a distância?
“A amplitude do mercado é equivalente aos cursos a distância e presenciais”, afirma Tomelin. Além disso, ele destaca que as empresas costumam identificar potencialidades diferenciadas nos profissionais egressos de cursos a distância, como autonomia e disciplina - características frequentemente solicitadas durante a formação a distância.
Fonte: Abril:Guia do Estudante